quarta-feira, 10 de agosto de 2011




“Anos mais tarde, tentaria lembrar-se de Como Tudo Começou. E não conseguia. Não conseguiria, claramente. Voltavam sempre cenas confusas na memória. Misturavam-se, sem cronologia, sem que ele conseguisse determinar o que teria vindo antes ou depois daquele momento em que, tão perdidamente,apaixonou-se por Beatriz”

Caio Fernando Abreu



"Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina – ela repetiu olhando-se bem nos olhos, em frente ao espelho. Ou quando começa: certo susto na boca do estômago. Como o carrinho da montanha-russa, naquele momento lá no alto, justo antes de despencar em direção. Em direção a quê? Depois de subidas e descidas, em direção àquele ponto seco de agora. Restava acender outro cigarro, e foi o que fez."

Caio Fernando Abreu



"Começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos."

Caio Fernando Abreu, in Uma história de Borboletas



"Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo porque digo mais, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora."

Caio Fernando Abreu




"O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela."



Caio Fernando Abreu





O mundo foi-se tornando aos poucos
um enorme leque escancarado de mil possibilidades (...)
aprendi o jeito de também ser lindo'

Caio Fernando Abreu



'...colocou a mão sobre o coração e disse:
“Estou sentindo uma coisa estranha aqui". Fechou os olhos e morreu.
Como um passarinho, diria minha avó, e eu sempre achava esquisito:
passarinho, pra mim, morria com pedrada de bodoque.
Não era nada suave, imagino. Prefiro pensar que Ana morreu como uma fada, se é que as fadas morrem. Mas isso é detalhe.
O que importa é que Ana era mesmo meio fada.'

Caio Fernando Abreu


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