domingo, 7 de agosto de 2011




"Alguém precisa cuidar de você, menina, pensei ".

           Caio F. Abreu





“Isso o remetia a outras feridas mais antigas, nem mais nem menos dolorosas, porque a memória da dor da feridantiga amenizou-se, compreende? Menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva.” 

Caio F. Abreu


'Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce. ..'

Caio F. Abreu


''E te escrevo ao som de Marina "acho que vou resistir" (eu também!), nem dez de
uma manhã meio chinfrim, embora primaveril, nada de sol hoje.'

Caio F. Abreu






"Acordei cedinho, fiquei comendo maçãs e ouvindo Caetano cantar "Trem das cores" (A franja da encosta, cor de laranja, capim rosa chá) para dar o tom do dia. O tom veio, colorido."

Caio F. Abreu



Primeira estrela que vejo, lembrei, realiza o meu desejo.
Pedi sete vezes em voz alta, não havia ninguém por perto para olhar e talvez rir. Força e fé, que tinha perdido, eu pedi.
Caio F. Abreu






(...)De alguma forma essa cena costumava retornar com mais freqüência quando me olhava ao espelho, e foi talvez um pouco por isso que resolvi eliminá-los de casa. Sem querer vejo às vezes minha própria imagem refletida em alguma das vidraças ou no fundo de um copo, mas desvio logo os olhos. Mesmo assim posso perceber uma sombra difusa, parece cinza e longa.Paro um pouco, agora. Fiquei exausto tentando dizer sem conseguir. Não sei se me estendo demasiado assim, mas é desse jeito que tudo surge, com enorme esforço para brotar, e brotando turvo, emaranhado, confuso. Contar é desemaranhar aos poucos, como quem retira um feto de entre vísceras e placentas, lavando-o depois do sangue, das secreções, para que se torne preciso, definido, inconfundível como uma pequena pessoa. O que conto agora é uma pequena pessoa, tentando nascer.Talvez num novo outro, o outro antigo voltará. 

Caio F. Abreu




‎'Eu jogo minha última ficha na máquina de música, no último blues. Ninguém vê, ninguém ouve mais nada na manhã que chega para adormecer loucuras. Amanhã, você lembrará?'
Caio F. Abreu



"Posso não saber nada do coração das gentes, mas tenho a impressão, de que, de tudo, o pior é quando entra a segunda parte da letra de “Atrás da porta”, ali no quando “dei pra maldizer o nosso lar pra sujar teu nome, te humilhar”. Chico Buarque é ótimo pra essas coisas. Billie Holiday é ótima pra essas coisas. E Drummond quando ensina que “o amor, caro colega, esse não consola nunca de núncaras”. Aí você saca que toda música, toda letra, todo poema, todo filme, toda peça, todo papo, todo romance, tudo e todos o tempo todo, antes, agora e depois, falam disso. Que o que você sente é único & indivisível e é exatamente igual à dor coletiva, da Rocinha a Biarritz."

Caio F. Abreu

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